QUE DIOS LOS ACOMPANHE
Abreu Vaz pensa,
repensa, refaz perguntas e chega às mesmas conclusões: se é para gastar, há
de se gastar direito. Posso hospedá-la num hotel. Se tudo der certo, se for
moça honesta, mais pra frente, eu arrumo uma casinha pra nós. Deu-me a vida
plena de volta. Vale esse mimo. Ademais trabalho tanto para quê? Tenho as
prerrogativas da minha natureza e novamente sou homem com H. Ó meu piteuzinho!
Não vivo mais sem você. E quem não tem uma amante nos dias atuais? Isso não é
um mal à família. Apenas a extravagância de um cavalheiro. Carlota precisa
espairecer. Passar uma temporada com Angélica! Depois desfrutar da companhia de
Amarílis. E, na ida e na volta, se hospeda com Violeta. As duas se dão tão bem.
Sempre senti as meninas terem ido morar longe, e nunca pensei no bem que essas
viagens fariam a Carlota. Fora que toda mãe precisa estar próxima das filhas e
acompanhar de perto a educação dos netos. No Natal todos vêm pra cá e a família
celebra as festas unida e feliz. Assim será, porque morrerei em vida se perder
o meu elixir.
Tudo bem pensado, Abreu
Vaz parte em direção à Casa Rosada.
Ao ouvir a grande
notícia, Mariinha o abraça.
-- Ó ioiô, isso é bom
demais.
-- Mas terá de ser como
eu mandar.
-- Pode ser diferente?
-- Vá arrumar suas
coisas, então.
-- Tá tudo pronto, só
falta falar com a senhora.
-- Já acertei com Ninon
o que precisava acertar.
-- Não falo disso, mas
do certo que todo homem tem de fazer.
-- O que quer agora,
menina?
-- Pede minha mão pra
senhora. Sou moça séria e o senhor não pode pedir minha mão pro meu pai de
criação. Quero sair daqui direito. Faz mais esse agrado por mim, que todo dia
farei um pra ti.
Mariinha e o magistrado
saem da Casa Rosada, com a benção de Ninon. Soledad fecha a porta e caminha
para os seus afazeres.
-- Tontita? Yo quien
soy! Que Dios los acompanhe!
Copyright © 2013 by Maria Tereza O. S.
Campos
Copyright
de adaptação para Cinema e TV © 2005 by Maria Tereza O. S. Campos
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