DEIXE MORFEU NOS GUIAR
Imagens do amanhecer, do
banho de mar, iluminam Catarina durante o retorno ao solar. Sente-se pronta
para o derradeiro passo rumo à concepção da criança desejada. Darei folga aos criados e irei ao encontro
de Valentin. Ninguém pode julgar minha entrega. Qualquer sentença será sempre
um desperdício de justiça. Não sou uma desregrada, apenas uma mulher corajosa e
decidida. Ademais os homens desperdiçam
tanto suas sementes. Quantas não foram lançadas por Valentin aos quatro cantos
do mundo, sem critério algum? Pelo menos na minha terra, terá melhor proveito.
Nossa Senhora, minha estrela-guia, poupe-me de decepções! Valentin quebra o
silêncio.
-- Por que não me contou
que sabia nadar?
-- Nunca me perguntou.
-- O que mais deixei de
perguntar que quer me revelar?
-- Ora, Valentin, seja
mais objetivo.
-- Não sente saudades de
nossos dias em Paris?
-- O banho de mar
abrandou as saudades.
-- É realmente feliz?
-- Hoje mais do que
nunca. Vivo um sonho.
-- Que pode se
transformar...
Catarina desliza os dedos
sobre os lábios dele.
-- Por favor, deixe
Morfeu nos guiar.
Valentin silencia,
latejando desejos e dilemas.
Copyright © 2013 by Maria Tereza O. S. Campos
Copyright de adaptação para Cinema e
TV © 2005 by Maria Tereza O. S. Campos
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