quinta-feira, 14 de maio de 2015

Capítulo Sessenta e Um

FUSTIGAMENTOS


Bem cedo na segunda-feira, Theodoro toma ciência por BV do retorno da família do Capitão para Botafogo. Decide suspender as vigias, uma vez que as reuniões na casa de Agostinho não passaram despercebidas para o pessoal de Silva Castro e todos já estão sendo vigiados.
-- Volte com Coelho para a repartição, chamo quando precisar.
-- Sim, senhor.
Theodoro está inquieto. Passou o fim de semana em Petrópolis, onde esteve com Rio Branco. Ficou sabendo da conversa prometida para viabilizar a sua intenção de tirar Herculano de cena, integrando-o no corpo de oficiais intermediários na Amazônia. O ministro das Relações Exteriores lhe contou que o da Guerra concordou com a indicação, porém fez duas ponderações: do efetivo no local estar preparado para o alto desempenho das funções e, no caso de ser preciso reforçar essa tropa, outros oficiais devem ser deslocados antes de mobilizar um professor-militar. Para não criar cizânias, Rio Branco achou melhor deixar o dito pelo não dito.
A impossibilidade de isolar Herculano fustiga Theodoro e amplia a tensão com a falta de retorno de Ernesto sobre a participação acionária pretendida. Outro fator de inquietude é o silêncio de Catarina acerca da eficácia do indisciplinado banho de mar. E há Ninon. Tomou a decisão de pôr um ponto final na conquista ao se perceber obstinado em possuí-la. Nada de dividir energia. No entanto, frustra-o não ostentar o título de ter sido um dos poucos brasileiros eleitos a conhecer as delícias do sexo da cortesã. Tomado por essas questões, prepara-se para buscar a esposa na fazenda.

Copyright © 2013 by Maria Tereza O. S. Campos
Copyright de adaptação para Cinema e TV © 2005 by Maria Tereza O. S. Campos


Nenhum comentário:

Postar um comentário