segunda-feira, 13 de julho de 2015

APÊNDICE

LOGRADOUROS E MARCOS


ARCOS DO VIGIA – Muralha de pedras ainda existente na cidade do Rio de Janeiro, construída no alto da ladeira do Leme, no final do século 18. Seus dois arcos centrais possuíam portas que podiam ser fechadas, em caso de invasões e o caminho por aquela ladeira ligava a cidade a partir do final do bairro de Botafogo com o então arraial de Copacabana. Em 1904, o prefeito Pereira Passos iniciou a construção do Túnel do Leme, inaugurado em 1906, que criou novo acesso à região. 

AVENIDA BEIRA-MAR – Aberta durante os anos de 1904-1906, com 5.200 km de extensão e 33 metros de largura, a via ligou a Avenida Central (atual Rio Branco) à orla de Botafogo, na altura do existente morro do Pasmado (nome provavelmente alusivo ao encantamento despertado por um observador da visão que se tem dali da cidade e da baía da Guanabara). O mar nessa região foi recuado para viabilizar a obra e um enroscamento construído para proteger a nova Avenida das ondas. Para efeitos do romance, um dos bondes passava pela via em construção (e não pela Rua do Catete) que ainda dá fundos para o Palácio do Governo, atualmente um museu.

CABEÇA DE PORCO – nome dado a um enorme cortiço na zona portuária da cidade do Rio de Janeiro, onde residiam cerca de quatro mil pessoas.  A edificação foi demolida em 1893, numa operação decretada pelo médico e prefeito Cândido Barata Ribeiro (1843-1910), como medida para impedir a propagação da febre amarela. Como o prefeito facultara aos moradores “a tirada das madeiras que podiam ser aproveitadas", o que podia subiu pelas mãos dos desalojados para o Morro da Providencia que viria, anos depois, acolher também soldados combatentes de Canudos que batizaram a elevação de Favela. Estima-se que em 1893, no centro da cidade, havia cerca de seiscentos cortiços, como o demolido e que abrigavam 25% da população local. O mandato de Barata Ribeiro durou apenas seis meses, pois o Senado vetou a sua continuidade no cargo em decorrência de problemas relacionados com as suas medidas orientadas para disciplinar os hábitos dos comerciantes.

CAIS PHAROUX – O nome origina-se de um hotel construído nas imediações por um francês que aportou na cidade em 1816 e batizou o estabelecimento com o seu sobrenome. Anos depois, Mr. Pharoux retornou para a França onde morreu (1868).

CLUB DOS DIÁRIOS – Fundado em Petrópolis (1895) e mais tarde (1900), na cidade do Rio, o Clube seguia o estilo dos de Paris e de Londres onde os aristocratas se reuniam. A denominação de “diários” decorre da clientela que morava em Petrópolis e, num ir-e-vir diário, trabalhava na Capital Federal. A viagem de trem entre as cidades durava cerca de uma hora e quarenta e cinco minutos e havia oito horários regulares de trem. O Club dos Diários do Rio localizava-se na Rua do Passeio Público, no prédio do antigo clube Sociedade Cassino Fluminense.

COLÉGIO PEDRO II – Originário da Escola de São Joaquim (século XVII), o Colégio foi inaugurado em 1837. O currículo era inspirado na educação francesa e enfatizava o ensino das humanidades clássicas. Dizia-se na época que somente duas posições eram invejáveis no Brasil: a de senador e a de professor do Colégio Pedro II. O estabelecimento ainda opera nos dias atuais.

COPACABANA – Bairro da cidade do Rio de Janeiro demarcado em planta oficial desde meados do século 18. O nome pode se originar de língua boliviana e significar “vista do lago”, em região onde se cultuava uma divindade protetora da fertilidade feminina que se tornou Nossa Senhora de Copacabana. Anteriormente, a praia homônima chamava-se Sacopenapã, palavra da língua tupi-guarani que significa “o caminho dos socós”, uma ave pernalta da família das garças, muito comum no local, caracterizado então por vegetação de restinga.

ESCOLA MILITAR DA PRAIA VERMELHA – Fechada após o levante de 1904, a Escola abrigou a Exposição Nacional em 1908. Em seguida, sediou a Escola de Estado-Maior do Exército, e, mais tarde, o 3º Regimento de Infantaria. Durante o levante (1935) contra o presidente Getúlio Vargas (1882-1954), a Escola foi bombardeada, depois, demolida e outro prédio erguido, que abrigou, a partir de 1942, a Escola Técnica Militar. Em 1949, recebeu o Instituto Militar de Tecnologia, com influencia curricular norte-americana.

ESTAÇÃO DO BONDE EM COPACABANA – Localizava-se na Praça Malvino Reis, atual Serzedêlo Correia, na Rua Siqueira Campos, antiga Barroso. O bonde, com tração elétrica, fazia o percurso até a cidade passando pelo túnel aberto em 1892 nas costas do bairro, e, desde 1903, a Estação possuía um ramal até o bairro do Leme.

FORTE DO LEME – Atual Duque de Caxias (1936), localizado no morro do bairro do Leme, e chamado anteriormente de Forte do Leme (1895) e do Vigia (1779).

IGREJINHA – Ao contrário do aludido pelo nome, o templo era uma construção grande, erguida em 1745, por comerciantes espanhóis da então freguesia de Sacopenapã, para abrigar uma imagem de Nossa Senhora de Copacabana. Contudo, fotos mostram uma edificação bem menor ao lado da Igreja e em planta que lembra um oratório. Pode ser que esse espaço tenha sido o primeiro a abrigar a imagem da Santa, que chegou com algum devoto estrangeiro, e que venha dele a denominação de Igrejinha, demolida, em 1918, para abrigar o Forte de Copacabana.

JARDIM BOTÂNICO – Fundado em 1808 por Dom João VI, recebeu o nome de Jardim da Aclimação em virtude do seu objetivo de aclimatar mudas de especiarias oriundas das Índias Orientais. Pouco tempo depois se tornou também área de lazer, aberta ao público. Batiza o bairro que nasceu ao redor e é atualmente um exemplo da diversidade da flora nacional e estrangeira, com cerca de 6.500 espécies plantadas ao ar livre ou em estufas. Além de centro de pesquisas, possui biblioteca especializada em botânica do país e abriga monumentos de valor histórico e artístico.

PEDRAS DE INHANGÁ – Nome dado a três morrotes rochosos situados entre o então arraial de Copacabana e o areal do Leme. O primeiro ocupava as areias da praia. Boa parte foi removida para a construção da Avenida Atlântica em 1919 e o restante, anos depois, para dar lugar à piscina de um hotel. O segundo foi demolido, com seus resquícios na Rua República do Peru. O terceiro foi ocupado por prédios e casas, entre as ruas Inhangá, Rodolfo Dantas e a Avenida Nossa Senhora de Copacabana.

PEDRAS DO ARPOADOR – Marco do início da praia de Ipanema, zona sul da cidade do Rio de Janeiro. Imagina-se que o nome venha do local ter sido no passado ponto onde se arpoavam baleias. Da terra para o mar, do lado esquerdo, há a pequena praia chamada do Diabo, assim denominada talvez em virtude da força das ressacas ali.

PRAIA DA SAUDADE – banhava as imediações da atual Avenida Pasteur. Parte da praia foi aterrada, onde se construiu uma balaustrada que servia de atracadouro para os pescadores. Desapareceu com a construção do Iate Clube do Brasil.

RUA BARÃO DE SÃO GONÇALO – Atual Almirante Barroso.

RUA SANTO ANTÔNIO – Atual Bitencourt da Silva

RUA LÁ VAI UM – Atual Avenida Wenceslau Brás. O nome aludia aos pacientes que passavam a caminho da internação no Hospício Pedro II, atualmente Palácio Universitário da UFRJ. A região na época do romance era considerada parte de Botafogo. A partir dos anos 20 tornou-se a divisão do novo bairro chamado de Urca.

TEATRO LYRICO – Inaugurado em 1871, com o nome de Imperial Teatro Dom Pedro II, possuía capacidade para 1.208 pessoas, acústica e visibilidade perfeitas. Com a proclamação da República (1889), foi rebatizado de Teatro Lyrico e demolido em 1933, para a expansão do Largo Carioca e entorno.

VILA DE IPANEMA – Fundada em 1894, oito anos depois, Ipanema possuía 118 casas e era servida pelo bonde, com parada final na atual Praça Gal Osório. O nome vem de um dos seus urbanizadores e grande proprietário local, o Conde de Ipanema.


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