A RESISTÊNCIA POPULAR
O conflito armado recrudesce na cidade com o reforço
dos batalhões de São Paulo e Minas Gerais. Cresce o número de mortos e feridos.
Na manhã de 16 de novembro, operários abandonam as fábricas e se engajam no
motim. Fortunato e Manoel do Porto são presos por financiarem a rebelião. Comerciantes
lusos providenciam advogados para fazer suas defesas. Outro preso é Lauro
Sodré, com um ferimento na cabeça causada pelo raspão de um tiro. Barbosa Lima
se livra da ordem de prisão, com o álibi de não ter participado da revolta.
Alfredo Varela permanece em destino ignorado. Brito também continua preso e
Travassos falece. O governo, por sua vez, planeja bombardear o morro da Saúde
tomado pelos rebeldes. O principal ponto é Porto Arthur como a imprensa batizou
a face do morro abeirado da enseada portuária. Ali Prata Preta, um dos Bons de Briga, detém o avanço dos
soldados.
A 18 de novembro, rompe o bombardeio pelo mar,
sucedido pela penetração por terra da força militar. A troada ensurdece.
Sitiados nos escombros de um beco, Correia tomba alvejado e Touro se desespera.
Descarrega carga; uma bala de carabina vara seu crânio. O chefe Prata Preta é
rendido; cai Porto Arthur e as forças armadas declaram a revolta popular
dominada em dezoito de novembro.
Começam as batidas policiais pelas habitações coletivas e
moradias suspeitas. Juliano e Zé da Baiana são presos e levados para a Ilha das
Cobras. O desespero consome as mães e as mulheres da casa de sinhá Cota. A dor
de Divina se volta contra o criador de uma obra imperfeita: Como pudeste errar tanto na mão, meu Pai?
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by Maria Tereza O. S. Campos
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