domingo, 12 de julho de 2015

Capítulo Cento e Vinte e Seis

A RESISTÊNCIA POPULAR


O conflito armado recrudesce na cidade com o reforço dos batalhões de São Paulo e Minas Gerais. Cresce o número de mortos e feridos. Na manhã de 16 de novembro, operários abandonam as fábricas e se engajam no motim. Fortunato e Manoel do Porto são presos por financiarem a rebelião. Comerciantes lusos providenciam advogados para fazer suas defesas. Outro preso é Lauro Sodré, com um ferimento na cabeça causada pelo raspão de um tiro. Barbosa Lima se livra da ordem de prisão, com o álibi de não ter participado da revolta. Alfredo Varela permanece em destino ignorado. Brito também continua preso e Travassos falece. O governo, por sua vez, planeja bombardear o morro da Saúde tomado pelos rebeldes. O principal ponto é Porto Arthur como a imprensa batizou a face do morro abeirado da enseada portuária. Ali Prata Preta, um dos Bons de Briga, detém o avanço dos soldados.
A 18 de novembro, rompe o bombardeio pelo mar, sucedido pela penetração por terra da força militar. A troada ensurdece. Sitiados nos escombros de um beco, Correia tomba alvejado e Touro se desespera. Descarrega carga; uma bala de carabina vara seu crânio. O chefe Prata Preta é rendido; cai Porto Arthur e as forças armadas declaram a revolta popular dominada em dezoito de novembro.
Começam as batidas policiais pelas habitações coletivas e moradias suspeitas. Juliano e Zé da Baiana são presos e levados para a Ilha das Cobras. O desespero consome as mães e as mulheres da casa de sinhá Cota. A dor de Divina se volta contra o criador de uma obra imperfeita: Como pudeste errar tanto na mão, meu Pai?

Copyright © 2013 by Maria Tereza O. S. Campos
Copyright de adaptação para Cinema e TV © 2005 by Maria Tereza O. S. Campos


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