quarta-feira, 3 de junho de 2015

Capítulo Setenta e Três

A CORTINA DOS PROSTÍBULOS



A reforma urbana opera em turnos de trabalho ininterruptos. A cada dia o despejo alcança novas famílias e mais os transeuntes são espremidos em estreitos passeios, enquanto o meretrício se adensa na Sete de Setembro. Os comerciantes enviam uma representação à Municipalidade exigindo providências contra a impudicícia na frente de suas lojas. A imprensa notifica a petição. O delegado Barroso dá uma entrevista no jornal. Diz que a polícia nada pode fazer porque os juízes assinam a soltura das prostitutas presas: “são uns caftens; fazem da Carta Magna cortinas dos prostíbulos”. A declaração repercute nas colunas Pingos e Respingos, Podridão do Vício e Higiene e Moral. Autoridades judiciárias reagem, e Silva Castro repreende Barroso.
-- Boca fechada não entra mosquito, nem sai asneira.
Instaura-se o desafeto entre o delegado e o chefe de polícia.
Theodoro passa ao largo da celeuma. Com relação aos interesses do grupo A Corrente as coisas vão bem. Os sócios principais sentaram-se à mesa de negociação e avançam as tratativas da compra dos ativos da concessão Willian. No entanto, Theodoro não conseguiu fechar o Comércio do Brasil. Sua esperança é Vivaldino descobrir quem é o tal Apolônio Cidadão, já que agora trabalha de continuo no jornal.
Herculano, por sua vez, aguarda o momento certo para mobilizar a mocidade militar para seus intentos conspiratórios. Por outro lado, progride na meta de manter coesa a sua tropa operária. O grupo decidiu proibir novos entrantes para evitar espiões e pressionou o Capitão a sair do filosófico da questão para entrar no prático de como o povo pode ajudar o Exército a intervir no Governo em nome da população. Desde então, estão aprender sobre operações militares.

Copyright © 2013 by Maria Tereza O. S. Campos
Copyright de adaptação para Cinema e TV © 2005 by Maria Tereza O. S. Campos

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