A CORTINA DOS PROSTÍBULOS
A
reforma urbana opera em turnos de trabalho ininterruptos. A cada dia o despejo
alcança novas famílias e mais os transeuntes são espremidos em estreitos
passeios, enquanto o meretrício se adensa na Sete de Setembro. Os comerciantes
enviam uma representação à Municipalidade exigindo providências contra a
impudicícia na frente de suas lojas. A imprensa notifica a petição. O delegado
Barroso dá uma entrevista no jornal. Diz que a polícia nada pode fazer porque
os juízes assinam a soltura das prostitutas presas: “são uns caftens; fazem da
Carta Magna cortinas dos prostíbulos”. A declaração repercute nas colunas Pingos e Respingos, Podridão do
Vício e Higiene e Moral.
Autoridades judiciárias reagem, e Silva Castro repreende Barroso.
-- Boca fechada não entra
mosquito, nem sai asneira.
Instaura-se o desafeto
entre o delegado e o chefe de polícia.
Theodoro passa ao largo
da celeuma. Com relação aos interesses do grupo A Corrente as coisas vão bem. Os sócios principais sentaram-se à
mesa de negociação e avançam as tratativas da compra dos ativos da concessão
Willian. No entanto, Theodoro não conseguiu fechar o Comércio do Brasil. Sua esperança é Vivaldino descobrir quem é o tal
Apolônio Cidadão, já que agora trabalha de continuo no jornal.
Herculano, por sua vez, aguarda
o momento certo para mobilizar a mocidade militar para seus intentos
conspiratórios. Por outro lado, progride na meta de manter coesa a sua tropa
operária. O grupo decidiu
proibir novos entrantes para evitar espiões e pressionou o Capitão a sair do
filosófico da questão para entrar no prático de como o povo pode ajudar o Exército
a intervir no Governo em nome da população. Desde então, estão aprender sobre
operações militares.
Copyright © 2013
by Maria Tereza O. S. Campos
Copyright de
adaptação para Cinema e TV © 2005 by Maria Tereza O. S. Campos
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