O TEMPO É AMIGO E A ESPERA, SÁBIA.
Decepcionado, Grego
deixa o Jardim Botânico. Tenta explicar a ausência de Páscoa. Não encontrou
o bilhete? O marido a proibiu de sair? Sentiu um mal-estar? Ou foi a leitura do
romance? Sem se dar por vencido, na manhã seguinte, manda Azulão até
Botafogo. Em um novo recado, pede que ela se encontre com ele à tarde, no cais
Pharoux. Mas em seus últimos minutos na cidade, só Azulão chega com a resposta,
que explica em uma caligrafia firme a ausência: Caríssimo Senhor Andreadis:
nem tudo é sempre possível. Porém, o tempo é amigo e a espera sábia. Boa
viagem. Feliz temporada. Até a volta. Páscoa.
-- Foi ela quem
entregou o bilhete?
-- Foi sim.
-- Estava bem?
-- Acho que sim.
-- O Capitão estava em
casa?
-- Não. Nem o seu Tião.
Incomodado, Grego olha
a esmo. Apalpa o bolso do paletó, onde está o recibo dos retratos tirados na
cidade. Fora buscar as fotografias, porém, um contratempo impedira a revelação.
Combinou com o fotógrafo que Azulão apanharia a encomenda na semana seguinte.
Mas diante da ausência de Páscoa, decide que cuidará da entrega pessoalmente
quando voltar. Despede-se do garoto. No convés, lê uma vez mais o bilhete.
Depois contempla a cidade que se distancia à medida que o navio singra o mar: Vida!
Por que adiar o que se pode ter hoje?
Copyright © 2013 by Maria Tereza O. S. Campos
Copyright de adaptação para Cinema e
TV © 2005 by Maria Tereza O. S. Campos
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