sábado, 31 de janeiro de 2015

Capítulo Cinquenta e Quatro

NA PERFUMARIA


Na perfumaria, o clima é de impasse. Catarina resiste a acreditar que Pierre Reverbel não esteja na loja. Tilinta o sino da porta da rua e uma jovem senhora entra.
-- Catarina!
-- Amelinha, que surpresa!
-- Como vai, minha querida?
-- Bem e você?
-- Nem te conto! Tem tempo para tomar um lanche?
-- Claro.
-- Serei rápida, só vim pegar uma encomenda, e você?
-- Agora a sua espera.
Amelinha dirige-se ao atendente que já está de posse de um embrulho. Com um sorriso atencioso, Adamastor faz a entrega e a cliente se dirige à amiga.
-- Vamos?
-- Sim, responde Catarina e se vira para o atendente: por favor, diga ao senhor Reverbel que espero notícias da minha encomenda e a devolução da amostra.
-- Pois não, madame.
-- Passar bem.
As duas partem e Adamastor apressa-se em transmitir o recado para o patrão. Escondido no escritório, Reverbel está nervoso em ter de se acuar no seu domínio e frustrado de não poder se valer da intermediação de Catarina para obter um ponto na futura Avenida Central. No entanto, teme indispor-se com forças poderosas, caso revele sua suposição acerca da dona da fragrância misteriosa. Pensou em avisar Theodoro da desconfiança da mulher e desistiu da ideia com medo de ser mal interpretado, como se quisesse gerar gratidão e tirar vantagem pessoal do fato. Ante a esse cenário, dar uma canseira na esposa do secretário de governo lhe pareceu ser o menor dos males.

Copyright © 2013 by Maria Tereza O. S. Campos
Copyright de adaptação para Cinema e TV © 2005 by Maria Tereza O. S. Campos


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