NA PERFUMARIA
Na
perfumaria, o clima é de impasse. Catarina resiste a acreditar que Pierre
Reverbel não esteja na loja. Tilinta o sino da porta da rua e uma jovem senhora
entra.
-- Catarina!
-- Amelinha,
que surpresa!
--
Como vai, minha querida?
-- Bem
e você?
-- Nem
te conto! Tem tempo para tomar um lanche?
--
Claro.
--
Serei rápida, só vim pegar uma encomenda, e você?
--
Agora a sua espera.
Amelinha
dirige-se ao atendente que já está de posse de um embrulho. Com um sorriso
atencioso, Adamastor faz a entrega e a cliente se dirige à amiga.
--
Vamos?
-- Sim,
responde Catarina e se vira para o atendente: por favor, diga ao senhor
Reverbel que espero notícias da minha encomenda e a devolução da amostra.
--
Pois não, madame.
--
Passar bem.
As
duas partem e Adamastor apressa-se em transmitir o recado para o patrão. Escondido
no escritório, Reverbel está nervoso em ter de se acuar no seu domínio e
frustrado de não poder se valer da intermediação de Catarina para obter um
ponto na futura Avenida Central. No entanto, teme indispor-se com forças
poderosas, caso revele sua suposição acerca da dona da fragrância misteriosa.
Pensou em avisar Theodoro da desconfiança da mulher e desistiu da ideia com
medo de ser mal interpretado, como se quisesse gerar gratidão e tirar vantagem
pessoal do fato. Ante a esse cenário, dar uma canseira na esposa do secretário
de governo lhe pareceu ser o menor dos males.
Copyright © 2013 by Maria Tereza O. S. Campos
Copyright de adaptação para Cinema e
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