terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Capítulo Trinta e Quatro

DEIXE MORFEU NOS GUIAR


Imagens do amanhecer, do banho de mar, iluminam Catarina durante o retorno ao solar. Sente-se pronta para o derradeiro passo rumo à concepção da criança desejada. Darei folga aos criados e irei ao encontro de Valentin. Ninguém pode julgar minha entrega. Qualquer sentença será sempre um desperdício de justiça. Não sou uma desregrada, apenas uma mulher corajosa e decidida.  Ademais os homens desperdiçam tanto suas sementes. Quantas não foram lançadas por Valentin aos quatro cantos do mundo, sem critério algum? Pelo menos na minha terra, terá melhor proveito. Nossa Senhora, minha estrela-guia, poupe-me de decepções! Valentin quebra o silêncio.
-- Por que não me contou que sabia nadar?
-- Nunca me perguntou.
-- O que mais deixei de perguntar que quer me revelar?
-- Ora, Valentin, seja mais objetivo.
-- Não sente saudades de nossos dias em Paris?
-- O banho de mar abrandou as saudades.
-- É realmente feliz?
-- Hoje mais do que nunca. Vivo um sonho. 
-- Que pode se transformar...
Catarina desliza os dedos sobre os lábios dele.
-- Por favor, deixe Morfeu nos guiar.
Valentin silencia, latejando desejos e dilemas.

Copyright © 2013 by Maria Tereza O. S. Campos
Copyright de adaptação para Cinema e TV © 2005 by Maria Tereza O. S. Campos


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